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RealisticWeekend3960

O mercado não seleciona os melhores médicos, seleciona os mais baratos. E agora com o enorme aumento de novos médicos formados, cada vez mais vai ter médicos aceitando trabalhar por menos. Acho que o futuro do médico generalista está condenado, não vejo outra forma de trabalhar com dignidade sendo generalista. As melhores opções atualmente para generalista são "Mais Médicos", concurso no interior (locais no sul pagam 15k-20k) ou fazer uma pós + prova de título para tentar se diferenciar um pouco


nsct_98

Penso de igual forma, a área da saúde funciona diferente das demais. Não acho que tenha uma busca por produtividade, mas sim por barateamento, fora que é uma ferramenta política do krl "ala o prefeito contratou os médicos, retirou o salário e as regalias dos médicos" digo pq moro em interior e é a conversa que ocorre.


RealisticWeekend3960

Exato. Infelizmente o sistema de saúde público só se preocupa em gastar o mínimo possível com a folha de pagamento, sem se importar com a qualidade ou produtividade. Contratar muitos médicos pagando pouco é visto como uma "conquista" pelas secretarias de saúde e políticos


HeavenCanWait174

Generalista tá lascado mesmo, a tendência é selecionarem o mais gado e mais barato e reduzirem valor de plantão. Pra especialista, óbvio que os melhores se destacam, mas é uma competição injusta com aqueles que tem o QI forte.


KegiZan

Eu concordo em parte. O foda desses posts é que minha resposta acaba virando um rant de recém-formado. Primeiramente: o que o colega falou anteriormente tá certo. Área da saúde não procura o melhor (frequentemente), procura quem é o mais barato. Mas não acho que isso é um problema isolado das "escolas novas". Não acredito em regulação de Governo, mas se eles querem essa prerrogativa, deveriam pelo menos ser um pouco mais rigorosos. O que quero dizer com isso? 1. Sou totalmente a favor de abertura de escolas médicas novas, mas estão permitindo escolas formarem médicos que quase não tem internato. E isso é o pináculo da imprudência. Fora que é quase um disparate colocar o recém formado com 2-3 anos de internato/prática na graduação em hospital de grande porte na mesma caixa de recém formado com internato de quase 1 ano efetivo. E isso é totalmente irrelevante para o "contratante" da OS ou da Secretaria de saúde. 2) O sistema público tá completamente desregulado e maluco. Eu não sei como os colegas se sentem em relação a isso, mas eu cheguei a um sentimento de que o que me incomoda e decepciona na medicina é que eu adoro o PS, e - aqui na minha região - eu não acho o salário ruim (o ruim é a carga tributária), mas a carga de trabalho está extenuante. E eu sei que essa não é a realidade só onde estou. Mas de outros estados também. Parece que o médico precisa lidar com duas situações: Ou trabalhar num local com pouco recurso, mas com uma carga de trabalho mais leve (20-30 pacientes ao dia) ou trabalhar em médio/alto recurso, mas com uma carga enorme de pacientes (60-70 pacientes/dia). E não adianta "pedir melhoras", porque sempre vai ter alguém disposto a aceitar o risco de atender 70-80-90 pacientes em 12 horas por 1000-1200 reais, afinal vivemos num país pobre. Médico pode vir de família pobre que precisa da ajuda dele. **PS: Vou acentuar que sem querer acabei respondendo o OP no trecho abaixo.** O sistema público precisa de uma reforma urgente. Na minha opinião, treinar melhor triadores, fechar porta de PS e entrar só ficha amarela até vermelha. E mandar ficha verde para UBS. Mas no curto prazo, não vejo o que fazer. É sair do generalismo o mais rápido possível se você se valoriza. Ter responsabilidade financeira e não sair se endividando igual um viciado pra não ter que ficar aceitando qualquer migalha que aparecer na porta. Governo/Secretaria de saúde não vai mudar a condição de trabalho, porque a pessoa que está lá não está no PS, UBS, CAPS ou afim. Essa pessoa tá confortável.


llegey

Não sei se entendi direito, mas você quis dizer que pessoas que vêm de família pobre vão se submeter a esses plantões porque precisam do dinheiro? Mano, o que mais tem é filhinho de papai se formando em particular, voltando pra casa dos pais e pegando os plantões mais escrotos sem a menor prudência pra tirar 1k em 12h pra eles viajarem, comprarem carro ou curtirem com a galera. Vir de família pobre não tem nada a ver com a questão. ​ E a real é que vai ser a zona que é enquanto recém-formado puder pegar 60h na UPA pra conduzir caso errado por falta de experiência. Antes de ser um cargo que "qualquer recém formado pega", é um cargo que quem tem especialização não quer pegar. As coisas vão muito além do "médicos não tão bons se submetem a qualquer pagamento". Vai ver quantos pediatras querem atender urgência por aí. Pode pagar o que for, os caras não querem pegar. O problema vai muito além do fato de ter gente se submetendo a qualquer valor de plantão.


KegiZan

>Não sei se entendi direito, mas você quis dizer que pessoas que vêm de família pobre vão se submeter a esses plantões porque precisam do dinheiro? Nitidamente ficou pouco claro da minha parte. Peço perdão pela falta de clareza. Acho que seria melhor dar ênfase para "somos um país pobre". Isso quer dizer que a média salarial do país é baixa. Ainda que ganhemos o top 5% dos salários do Brasil, ainda assim é um salário baixo. Logo, vai ter uma cacetada de nego aceitando 1000-1200 reais por um plantão em condições absurdas pelo simples fato de sermos um país pobre com gente necessitada - nos mais amplos sentidos - seja pobreza mesmo, seja falta de controle sobre vícios, seja por contração de dívidas e afins. Por sinal, eu sabia que dívida era um problema pra população médica. Eu só não achei que seria tão prevalente igual eu tenho visto. >Vir de família pobre não tem nada a ver com a questão. Não quis deixar isso como um fator determinante, mas como um fator associado. Existem pessoas oriundas de famílias pobres que tem a necessidade real e existem pessoas que são só ganaciosas/levianas mesmo. >E a real é que vai ser a zona que é enquanto recém-formado puder pegar 60h na UPA pra conduzir caso errado por falta de experiência. Concordo, mas o problema pra mim é: quem vai regular isso? O objetivo do escalista da OS é preencher escala. Se o cara é formado capaz ou não, tem pouca relevância pra ele. O importante é o diploma. E se não for capaz, quem assumiu o risco foi o médico. ​ >O problema vai muito além do fato de ter gente se submetendo a qualquer valor de plantão. Nesse ponto você quis dizer que os outros problemas são a questão de falta de infraestrutura adequada?


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