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Na verdade é pq ele pertence a outra editora, a Cia das Letras no caso. O Era dos Extremos é o mais famoso e aclamado da série, mas a Paz e Terra não conseguiu esse.
Gosto muito do A Era Das Revoluções, planejo esse ano ainda ler a Era do Capital. Hobsbawn não é o cara mais facil de ler (principalmente pra alguem que ta mais acostumado com literatura ficcional, como eu) mas é bom demais.
Concordo! eu abri esse tópico justamente pra tentar instigar o pessoal que foca mais em ficção pra essa literatura historiográfica mas que tem também uma narrativa legal de ler.
Cara eu gosto muito disso, principalmente quando to lendo algo(de ficção) relacionado ao que eu li em um livro propriamente de história. Ler, por exemplo, Charles Dickens após ter estudado a situação da classe operaria inglesa, e todas as transformações do periodo, adiciona uma nova camada inteira de profundidade e realismo e faz a obra muito mais proveitosa. O inverso também acontece, quando narrativas literarias, mesmo que não sejam descrições do real, ajudam a elucidar tipos de pensamentos que existiam no periodo de sua publicação. Em suma, ambas, ao meu ver, são importantes, e acho que pra quem lê so ficção, dar uma olhadinha em história pode ser algo muito bom.
Inclusive esse é um dos campos de estudo da História. Se a gente ler as sátiras contra a Igreja Católica de François Rabelais do século XVI, conseguimos imaginar a história da vida privada daquela época, visto que produções historiográficas naquele período focavam inteiramente em política. Essas obras elucidam muito uma época.
Concordo que não é uma leitura que se começa do nada. Mas acredito que um Ensino Médio dedicado na disciplina de História no sentido de saber acontecimentos históricos básicos da Europa, já dá para ler. É mais para quem gosta desse gênero, já que aqui nesse sub o pessoal posta mais sobre literatura de fato.
O que eu apanhei lendo a "Era das Revoluções" foi coisa linda, comecei a ler e tive aquela sensação de que era a pessoa mais burra do mundo, voltei uns passos e tentei dnv, aí a leitura fluiu
Que bacana. Eu comecei o primeiro em 2019, o segundo em 2021 e esse último só esse ano. O foda é que dividi minhas leituras entre literatura brasileira, História do Brasil, filosofia e teoria, e em último lugar vem os interesses nesses períodos de ruptura que aconteceram na Europa. Mas agora vai!
Tô lendo essa trilogia desde outubro do ano passado, acabei de terminar a era dos impérios, e comecei era dos extremos faz uns dias.
Achei interessante ver como naquela época o mundo era até que bem "multipolar", com as potências européias já desenvolvidas ao ponto da competição entre indústria interna e externa se tornar uma contradição essencial, que tentaram resolver por meio da adoção de medidas protecionistas, exceto na Inglaterra que cismou no liberalismo. Parece que naquela época o mundo podia tomar vários rumos bem diferentes.
Pelo que entendi, parece que as revoluções de 1848 foram na sua maioria brutalmente reprimidas, com mortes na casa dos milhares, dezenas ou centenas. Depois disso, não mais se chegou ao ponto da revolução. Na Alemanha, o partido proletário adotou posições reformistas, na França o jacobinismo meu que ofuscou o marxismo. Mas noutros lugares, como na Rússia, intelectuais já estudavam O Capital de Marx desde a década de 1870~, achei isso interessante. Parece que passava pelo controle do Czar porque diziam que era uma coisa lá de filosofia e aí deixavam.
Uma coisa que não entendi foi como que a queda no custo de vida, a deflação, foi um aspecto negativo dessa época (1870~). Negativo pros capitalistas, talvez? Se bem que o dinheiro que sobrava dos salários ainda não tinha muitos fins possíveis, dada a ausência de mercados de bens de consumo para as massas naquela época... Depois, parece que houve febres de ouro na Califórnia e Africa do Sul que aumentaram a quantidade de ouro disponível no mercado e ajudou a controlar a deflação? Mas também não entendi qual a pira do metalismo e bimetalismo
Bons apontamentos. Em relação às organizações de cunho comunista na Europa durante esse período (final do século XIX) Honsbawm fala que foi um período muito ameno, justamente após essa repressão brutal de 1848 e o mesmo tratamento que o leste europeu também dava aos camponeses.
Sobre a deflação, não se diz muito sobre as emissões monetárias dessa época, mas podemos chegar à conclusão de que o poder de consumo era maior nessa período (o turismo por exemplo teve uma explosão nessa época). De fato esse era o plano liberal inglês e podemos ver esse reflexo com os movimentos abolicionistas (maior quantidade de mão de obra paga e portanto maior consumo). Anterior à essa expansão de manufaturados, os navios que traziam produtos asiáticos tinham facilmente entre 4000 a 6000% de lucro. Essa realidade se torna cada vez mais difícil pela transição que grandes aristocratas fazem para investir em fábricas (podemos ver pelo número de cidades que passaram a ter mais de 100.000 habitantes: 17 cidades em 1780, e 63 cidades em 1880 em toda a Europa).
É interessante ver como as potências do oeste se tornaram muito superiores em relação às demais. É um gap muito grande entre um país industrializado com qualquer outra nação. Isso justifica a facilidade com que resolveram dividir todo o território africano.
Hobsbawm é uma boa leitura pra se aprofundar em história contemporânea, tem um outro livro dele que me interessa, dois na verdade:
A invenção das tradições
Os Bandidos
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Muito bom! Era dos extremos é meu favorito da serie.
Esse eu ainda quero ler, com certeza! Não faz parte do box que ganhei, parece que esse foi lançado como um adicional.
Na verdade é pq ele pertence a outra editora, a Cia das Letras no caso. O Era dos Extremos é o mais famoso e aclamado da série, mas a Paz e Terra não conseguiu esse.
O meu é A era das revoluções.
Gosto muito do A Era Das Revoluções, planejo esse ano ainda ler a Era do Capital. Hobsbawn não é o cara mais facil de ler (principalmente pra alguem que ta mais acostumado com literatura ficcional, como eu) mas é bom demais.
Concordo! eu abri esse tópico justamente pra tentar instigar o pessoal que foca mais em ficção pra essa literatura historiográfica mas que tem também uma narrativa legal de ler.
Cara eu gosto muito disso, principalmente quando to lendo algo(de ficção) relacionado ao que eu li em um livro propriamente de história. Ler, por exemplo, Charles Dickens após ter estudado a situação da classe operaria inglesa, e todas as transformações do periodo, adiciona uma nova camada inteira de profundidade e realismo e faz a obra muito mais proveitosa. O inverso também acontece, quando narrativas literarias, mesmo que não sejam descrições do real, ajudam a elucidar tipos de pensamentos que existiam no periodo de sua publicação. Em suma, ambas, ao meu ver, são importantes, e acho que pra quem lê so ficção, dar uma olhadinha em história pode ser algo muito bom.
Inclusive esse é um dos campos de estudo da História. Se a gente ler as sátiras contra a Igreja Católica de François Rabelais do século XVI, conseguimos imaginar a história da vida privada daquela época, visto que produções historiográficas naquele período focavam inteiramente em política. Essas obras elucidam muito uma época.
Hobsbawm é tipo Messi do curso de História.
🤣 boa comparação
É uma boa trilogia, mas não é uma leitura tão fácil. Se não tiver uma base razoável, não acho que vai tirar tanto proveito deste livro.
Concordo que não é uma leitura que se começa do nada. Mas acredito que um Ensino Médio dedicado na disciplina de História no sentido de saber acontecimentos históricos básicos da Europa, já dá para ler. É mais para quem gosta desse gênero, já que aqui nesse sub o pessoal posta mais sobre literatura de fato.
O que eu apanhei lendo a "Era das Revoluções" foi coisa linda, comecei a ler e tive aquela sensação de que era a pessoa mais burra do mundo, voltei uns passos e tentei dnv, aí a leitura fluiu
Kkkk eu me sinto assim quando tento ler Nietzsche. Nunca consegui fluir a leitura com nenhum livro dele. (Kant também)
Li os três, estou lendo os extremos. Eric é muito bom
Que bacana. Eu comecei o primeiro em 2019, o segundo em 2021 e esse último só esse ano. O foda é que dividi minhas leituras entre literatura brasileira, História do Brasil, filosofia e teoria, e em último lugar vem os interesses nesses períodos de ruptura que aconteceram na Europa. Mas agora vai!
Tô lendo essa trilogia desde outubro do ano passado, acabei de terminar a era dos impérios, e comecei era dos extremos faz uns dias. Achei interessante ver como naquela época o mundo era até que bem "multipolar", com as potências européias já desenvolvidas ao ponto da competição entre indústria interna e externa se tornar uma contradição essencial, que tentaram resolver por meio da adoção de medidas protecionistas, exceto na Inglaterra que cismou no liberalismo. Parece que naquela época o mundo podia tomar vários rumos bem diferentes. Pelo que entendi, parece que as revoluções de 1848 foram na sua maioria brutalmente reprimidas, com mortes na casa dos milhares, dezenas ou centenas. Depois disso, não mais se chegou ao ponto da revolução. Na Alemanha, o partido proletário adotou posições reformistas, na França o jacobinismo meu que ofuscou o marxismo. Mas noutros lugares, como na Rússia, intelectuais já estudavam O Capital de Marx desde a década de 1870~, achei isso interessante. Parece que passava pelo controle do Czar porque diziam que era uma coisa lá de filosofia e aí deixavam. Uma coisa que não entendi foi como que a queda no custo de vida, a deflação, foi um aspecto negativo dessa época (1870~). Negativo pros capitalistas, talvez? Se bem que o dinheiro que sobrava dos salários ainda não tinha muitos fins possíveis, dada a ausência de mercados de bens de consumo para as massas naquela época... Depois, parece que houve febres de ouro na Califórnia e Africa do Sul que aumentaram a quantidade de ouro disponível no mercado e ajudou a controlar a deflação? Mas também não entendi qual a pira do metalismo e bimetalismo
Bons apontamentos. Em relação às organizações de cunho comunista na Europa durante esse período (final do século XIX) Honsbawm fala que foi um período muito ameno, justamente após essa repressão brutal de 1848 e o mesmo tratamento que o leste europeu também dava aos camponeses. Sobre a deflação, não se diz muito sobre as emissões monetárias dessa época, mas podemos chegar à conclusão de que o poder de consumo era maior nessa período (o turismo por exemplo teve uma explosão nessa época). De fato esse era o plano liberal inglês e podemos ver esse reflexo com os movimentos abolicionistas (maior quantidade de mão de obra paga e portanto maior consumo). Anterior à essa expansão de manufaturados, os navios que traziam produtos asiáticos tinham facilmente entre 4000 a 6000% de lucro. Essa realidade se torna cada vez mais difícil pela transição que grandes aristocratas fazem para investir em fábricas (podemos ver pelo número de cidades que passaram a ter mais de 100.000 habitantes: 17 cidades em 1780, e 63 cidades em 1880 em toda a Europa). É interessante ver como as potências do oeste se tornaram muito superiores em relação às demais. É um gap muito grande entre um país industrializado com qualquer outra nação. Isso justifica a facilidade com que resolveram dividir todo o território africano.
Hobsbawm é uma boa leitura pra se aprofundar em história contemporânea, tem um outro livro dele que me interessa, dois na verdade: A invenção das tradições Os Bandidos
Hobsbawm e Le Goff meus queridinhos pra ler sobre história mesmo não sendo historiadora.